quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O SOM DA MANHÃ.


foto divulgação.
Os frequentadores da noite carioca e os fãs da boa música eletrônica já devem ter ouvido o som de André Augusto Andrasso de Araújo ou melhor André Araújo. Há cerca de um ano  o produtor (criador)  e residente da festa DO HAUZE, agita  todo sábado, o inferninho mais badalado da Zona Sul do Rio de Janeiro; Dama de Ferro. Localizado em IPANEMA na rua Vinicius de Moraes, 288.
Faz todo mundo dançar com seu line up até de manhã. O blog fez IMEDIATOS CONTATOS com dj para saber mais sobre o próprio. Confira.

 
Imediatos Contatos: Quais são seus ídolos da cena eletrônica ou musical?
Andre Araújo-  Tem muita coisa boa rolando hoje em dia, é praticamente impossível acompanhar todos os lançamentos. Eu tento, mas é difícil. Meus ídolos de sempre são so que me acompanharam desde o início, e que de certa forma, são o meu background, tais como: Kraftwerk, Aphex Twin, Prodigy, Daft Punk, Chemical Brothers, Future Sound of Londn, Roni Size, Goldie, Ed Rush & Optical, Marky, Derrick Carter, Mark Farina, Justin Long, Mau Mau, Richie Hawtin, Click Box, Timo Mass, Mauricio Lopes. [...] Digamos, “não eletrôncia” tbm tenho vários: Art Blakey, Miles Davis, Beastie Boys, Tim Maia, Wu Tang Clan, A Tribe Called Quest, Snoop Dog, NAS, Bob Marley, Garbage, Madonna, Offspring, Pearl Jam, The Doors, Dr.Dre , Timbaland, Michael Jackson, Furação 2000 entre outros.

 

I.C- O que você faz quando não esta tocando e escolhendo o line up?    
A. A - Mantenho hábito diário de pesquisar músicas, ler revistas especializadas, sites, blogs, etc. Gosto muito de descobrir novos sons, novas idéias, coisas inéditas e pouco conhecidas, acho isso um diferencial importante pra qualquer DJ ou pessoa que esteja envolvida nisso hoje em dia. Mantenho atividade fisica regular, que é correr 3 vezes por semana. Cozinhar, ver filmes e programas culturais com a namorada é o que mais faço hoje em dia. Estou numa fase de amadurecimento pleno como DJ, e por mais inverossímil que pareça, dificilmente caio na gandaia.

    I.C- O que não deixar de tocar no seu line up?

    A.A - Música boa e na hora certa. Tem hora pra tudo, já tive oportunidade na Do Hauze de fazer no início da noite um long set que se extende por 4hs, é uma oportunidade única e muito boa pois você pode realmente “compor” um set da melhor maneira possível, e ir curtindo tudo junto com a galera. Algo bem funky de ínicio e depois ir de house e tech-house são a essência do meus sets atualmente. Mas como eu disse, tudo tem sua hora então depende muito do lugar e da hora que toco.
      I.C- E o after DO HAUZE como surgiu? 
      A.A - A DO HAUE é na verdade uma noite + after.Surgiu no ano passado quando eu e Anna Abud (que já faziamos uma festa juntos, a Request Factory) nos juntamos com o Bernado Campos e começamos o projeto juntos. A Anninha teve que sair do projeto por conta de monografia, e o pessoal do Molotov 21 assumiu o lugar dela. Começamos com uma postura totalmente irreverente onde só pensávamos em diversão e música boa. Mas atualmente a festa se consolidou como umas das melhores noites do “undergroung” carioca e temos agora uma postura de maior responsabilidade também, pois já tem muita gente que conta com a festa e confia nela. Isso é muito bom e me traz também um enorme satisfação. Chegamos a ter edições semanais, e hoje estamos fazendo quinzenal. Tem sido ótimo, é um espaço pra todos os gostos mas sempre com DJs que nos trazem as ultimas novidades da música eletrônica.

        I.C- Além de dj você tem outra atividade profissional? 
        A.A - Moramos numas das cidades mais caras do mundo. Viver somente da musica eletrônica aqui no Brasil, e ainda sendo do Rio, ainda é pra poucos. Estou trilhando meu caminho, mas ainda nao cheguei lá. Por isso trabalho regularmente numa multinacional e é isso que me sustenta.
           

          I.C- São Paulo ou Rio; onde as pessoas se divertem mais?
            A.A - De fato os cariocas são mais divertidos (claro!) mas com certeza São Paulo tem mais opções de entretenimento. O Rio é uma cidade mal explorada, muito dificil você ver se consolidar por aqui investidores e pessoas seriamente envolvidas com a noite eletrônica que procurem fazer algo sustentável e de médio a longo prazo. Por conta de custos altíssimos de uma Zona Sul super valorizada, a maioria do que se abre não se mantém por mais de 1 ou 2 anos. Reconheço que grandes eventos são feitos com louvor, mas numa cidade sem um circuito consolidado de clubs fica difícil sobreviver, de fato tem que ser é muito guerreiro pra fazer as coisas por aqui! As condições não são as ideais, e mesmo assim nós continuamos a promover noites fodas! 

            I.C- Você sempre quis ser dj? Quais eram os seus planos ou desejo antes de tornar-se dj? 
            A.A - Sempre pensei em trabalhar com música eletrôncia, participar de alguma forma e contribuir para que as pessoas que gostam da dance music pudessem ter em mim uma referência de suporte da cena local com musica e festas. Ser DJ me ajudou nesse primeiro momento dando escape ao meu desejo inicial de levar aos clubbers do Rio algo que eles sempre tiveram certa carência, música de qualidade! Antes de me tornar DJ saía muito, percorria fielmente o eixo Rio-São Paulo, atrás das melhores festas e DJs, produtores e apresentações. Sempre de olho na Europa no início dos anos 90, era sedento para que as coisas acontecessem aqui no Brasil também. Em fins dos anos 90, início de 2000 costumava não perder nada, ia em tudo o que podia, e ouvia o máximo de música em casa quanto podia. Querer tocar então, veio naturalmente. Toco desde de 2005 e desde então minha experiencia vem crescendo, mas ser DJ é só um primeiro passo.
               

              foto divulgação.


              I.C- O que você ANDRE ARAUJO pensa? 
              A.A - Pensa em conquistar seu lugar ao sol, mas sempre contribuindo e ajudando. Pensando globalmente e agindo localmente (seja importando ou tendo novas ideias) e mantendo uma postura de união é uma fonte de sustento tangível em qualquer coisa que você faça. Seja na música eletrônica ou qualquer outra coisa na vida.
                  I.C - Quais são os projetos para o futuro? 
                  A.A - Conseguir gigs e mais gigs como DJ, principalmente fora do Rio com o suporte da agênica Request da qual faço parte. E conseguir mais experiência com a pista de danca em si, e em seguida comecar a produção das minhas próprias músicas.Consolidar cada vez mais a DO HAUZE como referência aqui na cidade como um espaço pra todos os gostos, e atingindo um público cada vez maior. Nos últimos 14 meses, a festa se tornou um ponto de encontro pra muita gente que busca coisas novas e boas.



                    *A entrevista feita por email.