A2 > Bastidores<

Tudo começou no final do ano de 2001. A idéia de contar um a história de amor vivida por dois jovens não é nenhuma novidade no cinema. Na verdade queria contar a vida dos meus amigos no meu ponto de vista. As experiências vividas pelos meus amigos heterossexuais. Então sem ter nenhuma noção de como fazer um roteiro escrevi tudo que vinha a minha cabeça. Lógico dei um clima mais romântico tirei aquele tom cruel da vida real. O título provisório era "AMOR LAPA" até porque o bairro servia de pano de fundo da trama.

Passou. Não foi adiante o projeto pois implicava numa série de eventualidades burocráticas e outras tantas que eu por vontade própria decidi engavetar. Porém ficava martelando, e cada vez que estava numa situação criada no roteiro aquilo me dava uma agonia - Alguém precisa registrar isso. Enfim ficava só na vontade e agonia.

Nunca tinha ido além de vídeos caseiros e um documentário amador chamado "UMBIGO DO RIO", o qual tivemos a chance de ser selecionado na mostra JOVEM ARTISTA e exibido no Centro Cultural Banco do Brasil (rj). Inexperiência; falta de grana; equipamentos não tinha. Não desisti. -Vivo no meio artístico underground carioca impossível que isso não aconteça, tenho tantos colegas. Isso passava pela minha cabeça.

Então mais um ano passou e nada. Até eu ganhar de um amigo o livro( Fragmentos do discurso amoroso de Roland Barthes) que curiosamente tem umas idéias muito parecidas com a do roteiro. Depois fui híper influenciado pelo filme da Sandra Werneck "Pequeno dicionário amoroso". Meu filme predileto. O roteiro foi modificado e na gaveta permanecia.
Em 2004 fui selecionado nos testes para atores do Nós do Morro. Chegando lá conheci uma galera engajada no cinema e muita afim de fazer algo. Tive aulas de cinema com Gustavo Melo que é um jovem cineasta apadrinhado por Cacá Diegues e que revelou -se um pessoa super atenciosa e disposto a ajudar jovens sonhadores como eu.
Apresentei um outro roteiro "O batismo de Zico Malandro" baseado num conto de Plínio Marcos. Rolou reuniões, ensaios, leituras e até teste de elenco entre nós mesmo. Mas não foi adiante. Mais uma vez me vi de mãos atadas. Nem pensar em desistir.

2005 formou -se outra turma e nessa turma encontrei a galera certa. Uma pessoa que tornou-se minha amiga Betta Barros, que também tinha esperenças de realizar algo no meio áudio visual aliou-se a mim e como muita garra fomos adiante. Demos os primeiros passos regidos por Gustavo Melo e em seguida nossa turma com a mudança de horários de aula foi agraciada com outros professores (Vinicius Reis e Rosane Svartam). Daí por diante ninguém mais segurava nosso entusiasmo.
Chegaram os parceiros; Caetano Ruas e Michel Perrin. O Michel Perrin patrocinou o curta de olhos fechados deu o crédito necessário para essa séria brincadeira.
Eu já tinha ingressado na Cal (Casa de Artes de Laranjeiras) que foi mais uma parceira no projeto cedendo o espaço para uma das locações. Durante um longo processo de erros e acertos fomos filmando.

Em um ano filmamos. Tempo demais. Mas por inúmeras questões levamos esse tempo. Que agora não tem importância relatar as eventualidades ocorridas. Curta filmado não significa curta pronto. Tinha ainda a montagem do curta. Não é nada fácil quando se quer fazer um trabalho caprichoso. Encontrar um editor. Um parceiro cultural. Pois a grana do patrocínio já estava no fim e só tinhamos feito um esboço vergonhoso nada do que tínhamos idealizado. Mais um ano esperando. Até reencontrar Erick Maximiano, meu amigo que já tinha feito dois curtas (como diretor e editor) e participou do "UMBIGO DO RIO". Ele fez um trabalho na medida certa. Tivemos afinidade de cara. Vale lembrar que já nos conhecíamos dos tempos do grupo de teatro "OS ESCRACHADOS DO TEATRO".

Obra finalizada.
A2; duração 12min
ficção experimental, dvd, cor
ano de finalização 2007
SINOPSE: Dois jovens apaixonam-se incondicionalmente. Kadu (João André) um fotográfo boa pinta, conhece Helô (Carla Zanetti) uma aspirante bailarina e romântica. O amor é lindo mas nem tudo é um mar de rosas.

Elenco adicional July Soares; Edney D' Conti; Pedro Caetano; Mariana Oliveira.

Direção Celso Rodrigues co-direção Betta Barros
roteiro Celso Rodrigues

*A foto acima. KADU (João André) e CLARA (Camila Nunes). bastidores.